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Territórios HITTS unidos pela tradição

Projeto europeu HITTS 

Imagina ser pastor por um dia, operar um tear de linho ou experimentar as luvas mais exclusivas do mundo? Viver a aventura de um explorador, aprender o artesanato do esparto, produzir o seu próprio sal ou moldar o ferro na forja? Encontrá tudo isso nos territórios HITTS, unidos pela tradição.

Os parceiros do projeto europeu HITTS partilham uma forte ligação com ofícios e artes tradicionais que moldaram a identidade dos seus territórios. Estas práticas ancestrais não só continuam vivas na comunidade, como também se tornaram um valioso recurso patrimonial e turístico, além de serem um modelo de sustentabilidade. Convidamo-lo a descobrir o melhor dos territórios HITTS, unidos pela tradição.

  1. A Vezeira, o pastoreio solidário de Montalegre

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A pastorícia sempre foi a alma de Montalegre. Nestas montanhas do Barroso, os rebanhos de vacas barrosãs e cabras percorrem os pastos em regime extensivo, tal como faziam os seus antepassados. Trata-se da «vezeira», um antigo sistema de pastoreio rotativo, no qual as famílias da aldeia se revezam para cuidar do gado na montanha.

Estes pastores, herdeiros de conhecimentos antigos, desenvolveram um profundo conhecimento do território: sabem ler o clima, guiar a transumância e manter um equilíbrio perfeito entre o homem, o gado e a natureza. Graças a estas práticas sustentáveis, a paisagem conserva-se como um autêntico mosaico vivo, onde a biodiversidade e a cultura se entrelaçam.

O ofício pastoril não é apenas uma forma de subsistência; é identidade e património. O Ecomuseu do Barroso desempenha um papel fundamental na divulgação destas práticas, oferecendo percursos por trilhos ancestrais, tertúlias sobre práticas pastoris e experiências como «Pastor por um dia» para se colocar na pele de um autêntico vezeiro. Festivais como a Aldeia dos Lobos também celebram esta tradição, relembrando a coexistência entre lobos e pastores e mostrando ao visitante como este modo de vida moldou o carácter da região.

2. Os teares de linho do Médio Tejo

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O artesanato português em linho é um dos mais valorizados do país, com uma tradição profundamente ligada à vida rural e à cultura local. Na região de Alcaravela, no município de Sardoal, encontra-se a Artelinho, uma cooperativa dedicada à preservação e promoção deste artesanato. Na oficina são elaborados produtos de linho em teares tradicionais, juntamente com bordados, cestaria e artigos de vime, entre outros manufaturados.

O processo começa após a colheita do linho. As plantas são secas e maceradas para separar a fibra. Em seguida, é penteada e fiada à mão, obtendo-se um fio resistente que é tecido em fusos ou rodas tradicionais. Daí nascem toalhas de mesa, lençóis, lenços e uma infinidade de peças. Muitas delas adornadas com bordados típicos da região, que geralmente são motivos florais e geométricos.

A Cooperativa Artelinho funciona como um museu vivo, onde pode observar todo o processo através de workshops e demonstrações, além de adquirir produtos feitos à mão. Mas também dispõe de um pequeno centro de interpretação para mostrar a história do linho na região e como este artesanato tem sido e é parte fundamental da economia e da cultura local há séculos. Uma característica, esta última, que define os territórios HITTS, unidos pela tradição.

3. Millau, capital das luvas de couro

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A história de Millau, cidade localizada no coração do Parque Natural Regional Grands Causses, sempre esteve ligada à indústria do couro e da pele. Isto porque dispõe da água abundante do rio Tarn e de grandes rebanhos de ovelhas.

O ofício de peleiro nesta região remonta à Idade Média, embora tenha atingido o seu auge entre os séculos XIX e XX. Nesta época, Millau tornou-se a capital francesa do couro. E, acima de tudo, das luvas fabricadas em couro, chegando a ter mais de 70 fábricas.

Atualmente, continuam a ser fabricadas luvas maravilhosas em Millau, e não apenas com pele de carneiro. É um artesanato que requer especial dedicação devido à meticulosidade do processo, onde se dá grande ênfase ao acabamento final impecável. A sua exclusividade tornou-as famosas em todo o mundo e transformou-as em peças muito cobiçadas por celebridades e pelas principais marcas de moda.

Pode saber tudo sobre esta produção artesanal de luvas no museu de Millau. Além disso, pode visitar as oficinas artesanais que ainda existem na cidade, onde poderá observar em primeira mão o trabalho de corte e costura das suas famosas luvas e adquiri-las diretamente do fabricante.

4. O legado explorador na Cité des Pierres

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A profissão de explorador mantém fortes raízes em Aven Armand e La Cité de Pierres. Tanto a exploração espeleológica como a valorização do património geológico fazem parte da sua história antiga e do conhecimento local. Uma característica que distingue os territórios HITTS, unidos pela tradição.

Foi em 1897 que Louis Armand, ferreiro de profissão, descobriu a cavidade que hoje tem o seu nome. Louis convidou Édouard-Alfred Martel, atualmente considerado o pai da espeleologia moderna, para explorá-la juntos. Mais tarde, juntou-se a eles o cientista Armand Viré, que desenvolveu um conhecimento especializado em técnicas de exploração subterrânea e de acondicionamento de grutas para visitação pública, como o funicular de acesso, a iluminação cênica, etc. Com todas estas inovações técnicas, a magnífica caverna descoberta foi aberta ao público em 1927, tornando-se uma referência europeia pioneira no turismo subterrâneo.

Este conhecimento tradicional, ligado à espeleologia e à interpretação geológica, continua a desenvolver-se tanto na gruta de Aven Armand como na Cité de Pierres (Montpellier-le-Vieux). Em ambos os locais, são organizadas visitas que evocam a sua descoberta. A Visita de exploração em Aven Armand, por exemplo, procura transportar os visitantes no tempo até àquela primeira e emocionante expedição. Trata-se de destacar a importância dos exploradores e das maravilhas que encontraram.

5. A arte do esparto em Tierras de Libertad

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Descubra a riqueza dos territórios HITTS unidos pela tradição. Como são as populações que integram a associação Tierras de Libertad, pertencentes às comarcas manchegas de Campo de Montiel e Campo de Calatrava. Locais situados no coração de La Mancha com uma longa tradição com raízes na vida rural: o artesanato do esparto.

Trata-se de uma fibra vegetal muito resistente que se encontra em abundância nas montanhas de La Mancha. O esparto acompanhou durante séculos o dia a dia das suas gentes, servindo para elaborar todo o tipo de utensílios para a vida quotidiana, bem como verdadeiras obras de arte.

O esparto, uma vez colhido, é submetido a diversos tratamentos até obter ramos adequados para elaborar trançados como a pleita. Esses trançados são a base para a fabricação de uma infinidade de objetos: cestos, esteiras, cordas... ou as tradicionais esparteñas, um calçado muito popular que ainda hoje mantém o seu encanto.

Nestas localidades da Mancha, era comum ver antigamente os vizinhos reunidos nos pátios, tecendo esparto juntos enquanto partilhavam histórias. Atualmente, existem oficinas e associações que mantêm viva esta herança, mostrando aos visitantes como a partir de fibras humildes podem nascer verdadeiras maravilhas. Aproximar-se de um artesão, observar o entrançado e levar para casa uma peça de esparto é uma forma única de se conectar com a história e a essência destas terras.

6. Os guardiões do sal em Añana

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No Valle Salado de Añana, há mais de 7.000 anos que se produz sal de forma artesanal, graças às suas nascentes de água salgada. Destas brota uma salmoura natural que, através de uma complexa rede de canais de madeira, é distribuída até aos campos. Estas últimas são pequenas plataformas construídas em pedra e madeira, semelhantes a terraços, onde a ação do sol e do vento opera o milagre: a transformação da salmoura em cristais de sal graças à evaporação.

Durante a cristalização, os salinheiros e salinheiras de Añana removem o produto para evitar blocos compactos e favorecer a formação de grãos finos, prontos para a colheita nos meses de verão. O sal obtido é armazenado em estruturas chamadas terrazos antes de ser embalado. O resultado é um sal de primeira qualidade: artesanal, natural, ecológico. Obtido através de um método que é um exemplo de sustentabilidade, ao integrar paisagem, tradição e inovação.

Visitar as Salinas de Añana é muito mais do que contemplar um espaço histórico, é mergulhar numa paisagem cultural viva. Pode viver a experiência que mais lhe agradar: descobrir o segredo das nascentes, percorrer a rede de canais e terraços e até mesmo colocar-se na pele de um salinero, participando na produção do seu próprio sal. Uma experiência que une natureza, história e património num dos enclaves mais singulares da Europa.

 7. Forja no bairro de San Lorenzo

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O artesanato da forja é parte inseparável da identidade de Úbeda (Jaén). Desde a Renascença, as oficinas da cidade trabalham o ferro com um selo próprio, criando peças de mobiliário, grades e ornamentos que hoje são admirados em todo o mundo.

No bairro de San Lorenzo, esta tradição mantém-se viva graças à Forja Tiznajo, uma oficina artesanal que conserva as técnicas ancestrais, transmitidas de geração em geração. As suas obras, feitas à mão, combinam a força do ferro com a criatividade artística, tornando-se autênticas peças de arte.

Os mestres ferreiros ainda trabalham com forjas a carvão e ferramentas centenárias para moldar o ferro ao ritmo do fogo e da bigorna. Das suas mãos saem formas renascentistas e góticas. Esta tradição, juntamente com outros ofícios antigos, fez com que Úbeda fosse declarada Zona de Interesse Artesanal pela Junta de Andaluzia. E que algumas oficinas, como a Forja Tiznajo, fossem reconhecidas como Ponto de Interesse Artesanal.

Se visitar o bairro de San Lorenzo, pode visitar esta oficina familiar com mais de quatro gerações de mestres ferreiros. Lá, não só são expostas peças únicas, como também poderá ver de perto o processo artesanal.

 

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