De 27 a 30 de maio, os autarcas do Médio Tejo estiveram em Copenhaga no âmbito de uma missão de boas práticas ligadas às temáticas da Ação Climática, Desenvolvimento Urbano Sustentável e Habitação. Este último tópico esteve em destaque num momento em que estão em curso investimentos públicos relevantes em habitação em todos os municípios da região.
A missão teve como principal objetivo dar a conhecer “in loco” alguns dos investimentos inovadores implementados nos últimos anos , bem como as novas estratégias de gestão urbana da Cidade de Copenhaga nas áreas referidas. A grande ambição de Copenhaga é tornar-se a primeira capital neutra ao nível das emissões de carbono.
Os trabalhos começaram no dia 28 de maio de manhã, com a visita ao STATE OF GREEN. Trata-se de um balcão único para mais de 600 fornecedores de soluções dinamarquesas para impulsionar a transição global para uma sociedade sustentável de baixo carbono, e eficiente em termos de recursos. Permitiu dar a conhecer aos autarcas o seu modo de funcionamento, bem como as soluções inovadoras que têm no seu portfolio.
De seguida, a comitiva foi recebida na entidade REALDANIA, uma associação sem fins lucrativos que apoia projetos em toda a Dinamarca com os seus recursos combinados, incluindo atividades associativas, retornos sobre os ativos de investimento e atividades filantrópicas. Como explicou Pelle Lind “pretendem promover uma melhor qualidade de vida para todos através de projetos nas áreas do ambiente”.
Já durante a tarde a comitiva foi recebida no município de Copenhaga por Kristine Munkgaard Perdersen, que efetuou uma apresentação focada essencialmente na sua realidade, a forte aposta na neutralidade carbónica, focando as questões da modernização dos edifícios, a gestão de resíduos sustentáveis, e a promoção da mobilidade. No fundo, pretendem implementar políticas públicas que criem oportunidades de inovação, emprego e crescimento verde.
A última visita do dia foi a COPENHILL, também conhecida por Amager Bakke. Trata-se de uma central de resíduos que integra as mais recentes tecnologias em tratamento de resíduos e produção de energia. Para além da produção de energia a partir de resíduos, integra ainda uma pista de ski, um trilho para caminhada e uma parede de escalada, num projeto arquitetónico de referência.
O dia 29 foi dedicado essencialmente às questões relacionadas com a habitação. Logo pela manhã foi efetuada a visita a habitações urbanas para famílias jovens numa zona socialmente desfavorecida, pequenas moradias de propriedade privada (84m2) e que está a sofrer um processo de transformação para que possa ter um maior equilíbrio entre as classes sociais residentes.
No período da tarde foi visitado o bairro de BANEGARDEEN. Esta é uma área de desenvolvimento urbano mais recente em Copenhaga. A estratégia consiste em conceber um bairro verde e sem carros. Nesta visita foi possível visitar edifícios industriais antigos do tempo dos caminhos de ferro estatais dinamarqueses, que serão convertidos em habitação e pequenos negócios, num local onde se pretende promover a biodiversidade. Um outro local visitado foi o Living Places, um projeto dos arquitetos das empresas Velux e Effekt, com um novo modelo de casas de habitação em madeira, com um terço da pegada carbónica.
O dia 30 ainda permitiu, durante a manhã, efetuar uma visita ao BLOX, um centro de inovação urbana que reúne dezenas de outras organizações e empresas relacionadas com o design, a arquitetura e a criação de soluções criativas para as cidades.
Foram três dias de visitas e trabalho intenso, onde foi possível partilhar a nossa realidade, conhecer e aprofundar o que é feito em Copenhaga em todas estas matérias. O objetivo é que possamos caminhar, também no Médio Tejo, no sentido de uma gestão urbana mais sustentável e promotora da atratividade do território.
