Médio Tejo: ColorADD.Social percorre as escolas do território para despistar casos de daltonismo

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A manhã do dia 30 de maio foi diferente para a turma C do 3º ano, do Agrupamento de Escolas de Constância. O tema das cores norteou aquela manhã e aqueles pequenos alunos ficaram a perceber que nem todas as crianças veem e interpretam as cores do mesmo modo.

Tudo foi explicado pela equipa do ColorADD, uma associação liderada por Miguel Neiva, que criou o código das cores, único no mundo.

Desde então, esta associação tem divulgado este código e feito rastreios ao daltonismo e acuidade visual nas diversas escolas de 1.º ciclo do país, mas também com experiências em algumas escolas no mundo.

O momento iniciou com uma palavra de boas vindas por parte de Hélder Marques, membro da Unidade de Planeamento Estratégico e Projetos Intermunicipais, e de Olga Antunes, diretora do Agrupamento de Escolas de Constância.

Associou-se a este momento, Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, que afirmou que esta “é uma iniciativa cada vez mais importante. Hoje, estas diferenças [o daltonismo] não devem ser vistas do ponto de vista negativo. São diferenças que há uns anos não eram trabalhadas e que hoje devemos de estar todos sensibilizados para as mesmas”.

“Um investimento na Educação, nunca é um investimento perdido, pelo menos é assim que penso”, acrescentou o presidente.

Seguiu-se o momento de interação com as crianças, que já davam sinais de grande curiosidade do que iria acontecer…Bárbara Santos, da associação ColorADD, começou por explicar o código das cores, referindo-se ao mesmo como uma linguagem universal, que permite a quem é daltónico interpretar perfeitamente as cores.

Bárbara referiu que este código começa a ser aplicado em alguns objetos e contextos do dia a dia, contudo, disse que ainda havia um longo caminho a percorrer e deu como exemplo, as bandeiras nas praias.

De seguida, Bárbara Santos distribuiu o material da ColorADD, lápis de cor com o código das cores, uns desenhos e uns óculos a cada criança.

Os óculos não eram uns óculos comuns, basicamente faziam com que as crianças vissem como vê o daltónico e o desafio era pintar aqueles desenhos, interpretando o código das cores, e tentar corresponder às cores que deveriam de constar naqueles desenhos, onde entre os quais se podia ver: a bandeira de Portugal, o arco iris, uma joaninha, etc.

Foi um momento lúdico e muito importante, pois para além da aprendizagem foi realizado, a cada aluno, um rastreio ao daltonismo e à acuidade visual, estando presentes na sala de aula representantes de uma ótica.

No final da ação, Miguel Neiva falou com a CIM e explicou os objetivos deste projeto, que será aplicado em 77 escolas do Médio Tejo até ao final do ano letivo de 2023.

“Pretendemos sensibilizar a sociedade através da comunidade escolar que existem pessoas daltónicas. As crianças têm a capacidade de influenciar os adultos e de sensibilizá-los para que existem pessoas daltónicas e que não é por isso, que terão de ser discriminadas”, referiu.

Mais avançou que “17% dos daltónicos só o descobriu após os 20 anos de idade. A ausência do teste levou a que o daltonismo fosse feito apenas feita na inspeção militar, logo, muito tarde”.

“Como falamos de limitações não visíveis. Falamos de situações que podem criar um conjunto de constrangimentos aos miúdos e, por isso, este trabalho é feito em sala de aula, ocupando um momento definido e onde paralelamente fazemos o rastreio do daltonismo e da acuidade visual. De seguida, todo o trabalho passa também pela entrega destes materiais do ColorADD, com o código da cor, às bibliotecas e aos alunos”, finalizou.

A aplicação deste projeto no Médio Tejo é apoiada pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, assumindo a CIM Médio Tejo o papel de investidor social.