Declaração da Rede de Museus do Médio Tejo para um futuro mais plural e transformador

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No âmbito das Comemorações do Dia Internacional dos Museus de 2023, efeméride celebrada anualmente desde 1977 no dia 18 de maio por iniciativa do ICOM – Conselho Internacional de Museus, e este ano subordinada à temática "Museus, Sustentabilidade e Bem-estar", a Rede de Museus do Médio Tejo, vem, por este meio e de forma integrada com a sua missão e posicionamento no panorama da atividade museológica nacional, declarar a premência da criação de um futuro sustentável e a célere ativação sustentável da museologia enquanto ferramenta de dinamização territorial.

Recorda-se que a Rede de Museus do Médio Tejo (RMMT) foi constituída em 2018. Trata-se de uma estrutura informal, resultado de um protocolo entre a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT), composta por museus e núcleos museológicos integrados na Rede Portuguesa de Museus, outros museus municipais, entidades museológicas do Estado Português e privadas, sedeadas nos 13 municípios desta sub-região nacional. Ao longo destes curtos mas intensos 5 anos de atividade da RMMT, têm sido realizadas diferentes iniciativas dirigidas aos técnicos de diferentes áreas e ao público em geral, nomeadamente nas áreas da capacitação e de reforço de competências, na realização de visitas técnicas, entre outras atividades, sendo o seu ponto alto o Encontro de Museus do Médio Tejo, um evento anual de referência no panorama de atividades associadas a esta área técnica e científica, e que segue ininterruptamente para a sua 5ª edição.

Pela sua coordenação, em estreita parceria com a orientação da equipa técnica e executiva da CIMT, passaram pela RMMT nomes reconhecidos da área da museologia, do património e da cultura, como Ana Saraiva (na altura em funções no município de Ourém), Margarida Moleiro (município de Torres Novas), Ana Carvalho (na altura em funções no município de Ourém) e João Pinto Coelho (município de Tomar).

Encontrando-se o universo museológico e respetivos agentes convocados para refletir e agir internacionalmente, em virtude de mais este desafio anual, desta feita sobre a sustentabilidade e o bem-estar no domínio dos museus, a RMMT não poderia de deixar de participar e de declarar, sentido lato e tendo por base os principais documentos orientadores nacionais e internacionais, que:

1. Os diferentes equipamentos museológicos que compõem a RMMT, assim como o próprio património cultural nas suas mais variadas dimensões, devem ser considerados como ferramentas que contribuem para o desenvolvimento social, cultural e económico sustentável do território.

2. A diversidade tipológica, patrimonial e cultural concentrada na região, cada vez mais visível através da dinâmica dos diferentes equipamentos museológicos que compõem a RMMT, deve reforçar a memória histórica de cada município, assim como a identidade do Médio Tejo fundada nessa diversidade que expressa a unidade do projeto RMMT.

3. A disponibilização de uma atividade cultural dinâmica às comunidades que compõem a RMMT deverá promover o empoderamento individual, espoletar um sentido democrático e de pertença, assim como fomentar a coesão social inclusiva, tanto em termos locais como numa dimensão regional de afirmação da rede.

4. A RMMT deve ser empregue e dirigida pelos municípios e restantes parceiros públicos e privados como um espaço institucional que promove e facilita o diálogo, a criação de sinergias e uma eficiente transferência de conhecimento para as restantes organizações e respetivas comunidades.

5. A RMMT em articulação com os diferentes estabelecimentos de ensino existentes no Médio Tejo, deve, através da realização de experiências artísticas e manifestações culturais dirigidas ao público em contexto escolar, promover um modelo de democracia cultural, contribuir para o reconhecimento da identidade cultural de cada comunidade, consciencializar os seus públicos para a importância da proteção e divulgação do património material e imaterial, assim como suscitar a participação ativa de diferentes gerações no processo contínuo de democratização cultural.

6. Urge promover e utilizar o processo de transformação digital no seio da RMMT como um meio, e não como uma meta, para o acesso, inclusão, participação, assim como para o combate à desinformação dos conteúdos disponibilizados e partilhados digitalmente. A presença da RMMT no ambiente digital global deverá servir, também, a Diáspora, valorizando o papel de todos quantos estão espalhados pelo Mundo, mas ligados ao Médio Tejo porque encontram no portal desta rede um instrumento dinâmico de partilha cultural e, assim, uma forma de acompanhamento e de interação sobre o desenvolvimento territorial e atividades levadas a cabo.  

7. Deverá ser suscitado o estreitamento das ligações entre os membros da RMMT, de forma a contribuir, através da partilha de experiências e boas práticas, para o desenvolvimento de uma estratégia integrada que promova um modelo eficiente nas áreas da comunicação, da divulgação, da acessibilidade, do processo de monitorização de visitantes, do reforço de competências das equipas internas e da capacitação dos agentes locais e regionais.  

Desta forma, os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Tomar, Torres Novas, Sardoal, Sertã, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha, entre técnicos, dirigentes e executivos, assim como as equipas dos equipamentos museológicos privados existentes no Médio Tejo, renovam publicamente o seu compromisso cultural para com o território e respetivas comunidades, assumindo que missão dos equipamentos que representam passa, claramente, pela criação de um futuro mais próspero para as atuais e futuras gerações do território e, numa perspetiva geral, para todos os que têm a oportunidade de os visitar, desfrutar e com eles aprender e transformar o seu modo de percecionar, de estar e de viver em sociedade.